Relato da trilha do Mãe D'Água.
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Mãe D'Água a partir do ombro do Alcobaça. |
Um convite irrecusável.
Antes mesmo de planejar algo para fazer durante o final de semana, Alexandre já tinha em mente ir até o Mãe D'Água e me convidou. Não pensei duas vezes e confirmei presença. A trilha aconteceria no dia 15 de Abril de 2017, no sábado. Deixei tudo o que precisaria para o dia seguinte arrumado na mochila e fui dormir. Acordei bem cedo, fiz café e segui para o ponto de ônibus. Combinamos de nos encontrar no terminal. Ao chegar lá, pacientemente aguardei a chegada de Alexandre. Não demorou muito e ele apareceu. Mas para a minha surpresa, estava acompanhando do Pablo Cristo. Não o via desde a trilha do Palmares. Cumprimentei eles e começamos a colocar o papo em dia. Como sempre, rimos bastante. O ônibus chegou e embarcamos. Escolhemos os nossos lugares e ajustamos as nossas mochilas. O motor começou a trabalhar e então o ônibus saiu do terminal em direção ao pinheiral, no vale do bonfim. Durante o percurso, eu escutava música e apreciava o caminho. Prestava bastante atenção nas montanhas e plantações.
Hora de caminhar.
Saltamos do ônibus antes do ponto final e prosseguimos na estradinha de terra que levava ao acesso da trilha que faríamos. Seguimos na estradinha de terra passando por alguns moradores da região que cuidavam das suas plantações. Enquanto caminhava, olhava para algumas montanhas mais próximas e acabei notando que a maior parte estava oculta por conta do tempo. Estava nublado. Depois de andar por quase 2 km , chegamos no local em que a trilha se inicia. Ajustamos tudo e lá fomos nós, passando pela cerca de arames que fica ao lado de um casebre abandonado.
A trilha.
Iniciamos a trilha e o trecho inicial era numa subida. O lugar era muito bonito e era só o começo. Alexandre e Pablo iam a frente, enquanto eu fazia alguns registros, um pouco atrás deles.
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Alexandre e Pablo na subida inicial da trilha.
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Continuamos a nossa trilha com bastante entusiasmo. O lugar era muito agradável, com muitas plantas, flores e árvores. Para ajudar, estava fresco e com vento constante. Seguimos pela trilha até pegar um trecho na mata, com algumas curvas e subidas, até chegar numa laje. Ao chegar na laje, nos deparamos com um riacho. Alexandre e Pablo ficaram avaliando o local. Não perdi tempo e então tirei o meu exemplar do ''Guia de Trilhas de Petrópolis'' da mochila para verificar o caminho e onde nos encontrávamos. Procurei a página do roteiro e lá estava a dica. Desci a laje, contei alguns passos e vi um totem um pouco escondido, do lado esquerdo. Me aproximei e então vi a calha da trilha. Estava um pouco escondida, mas dava pra seguir tranquilamente. Avisei aos meus amigos e então seguimos em frente. A trilha começou a subir e começamos a ter uma melhor visão do local. Depois de subir um pouco, chegamos num trecho com lajes de pedra e alguns totens. O Alcobaça desse ponto tinha um aspecto impressionante. O tempo nublado e a névoa deixavam o ambiente com um clima de suspense, era fantástico.
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Alexandre e Pablo subindo as lajes. O cônico pico do Alcobaça a esquerda da imagem.
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Continuamos a subir, se orientando com a ajuda dos totens e das informações que tínhamos. Após vencer a lajes repletas de bromélias, pegamos a trilha que sobe o ombro do Alcobaça, que através de um colo, faz ligação com o Mãe D' Água. Vencemos todo o trecho com facilidade e aproveitávamos toda parada possível. A gente tirava foto, lanchava e tomava água. O tempo começava a dar sinais de melhora e começamos a perceber que mesmo com a presença das nuvens, o calor aumentava aos poucos.
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Pablo e Alexandre na subida do ombro do Alcobaça. |
O tempo começou a ajudar de vez e conseguimos ver um pouco mais do visual. Logo chegamos a parte mais alta do ombro e identificamos a descida para seguir até o Mãe D' Água.
Reta final.
Descemos o colo entre as montanhas e chegamos num local com uma curiosa pedra. A frente, um trecho repleto de orquídeas, bromélias e diversas flores, Alguns musgos esverdeados nas pedras e uma vegetação bem chamativa.
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Alexandre e eu no trecho de mata antes da crista. |
O lugar era tão belo que a vontade era de ficar ali mais tempo. Saímos satisfeitos de poder apreciar e levar alguns registros como lembrança e voltamos a trilha. Faltava muito pouco, e o tempo começava a mudar. Estava um pouco instável. Andamos mais um pouco e então o nosso campo de visão se expandiu. A crista era impressionante com a sua vegetação, acompanhada por inúmeras bromélias amarelas.
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Alexandre na subida da crista. |
Apesar do tempo instável, não desanimamos em momento nenhum. Estávamos esperançosos para ver o visual do cume. Havia também uma enorme surpresa atrás de nós. O pico do Alcobaça se mostrava cada vez mais impressionante a medida em que subíamos a crista.
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Pico do Alcobaça e o enorme diedro na sua Face Oeste. |
Comentamos muito sobre como era incrível observar os mais diferentes ângulos das montanhas que a gente conhecia. Prosseguimos e notamos que a trilha começava a ceder. O cume estava muito perto, era chegada a hora de correr para o abraço.
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Eu e Pablo clicados pelos Alexandre Milhorance na crista. |
A última subida foi bem tranquila e então chegamos ao cume. Nos cumprimentamos e começamos a explorar o cume. Um totem isolado chamou a nossa atenção e então fomos verificar. Para a nossa alegria, lá estava ele, o livro de cume. Assinamos ele e eu fiquei encostado numa pedra lendo os relatos. O livro se encontrava lá desde 1979 e sobrara poucas páginas.
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Tampa do livro de cume da montanha. Presente lá desde 1979. |
Alexandre e Pablo foram juntos para explorar outras partes da montanha. Eu só queria sentar e apreciar tudo enquanto lanchava. Cuidadosamente guardei o livro e me certifiquei de que ele estivesse devidamente protegido. Tempos depois Alexandre e Pablo voltaram e lancharam também. Fizemos muitas fotos, gravei vídeos e conversei com os meus amigos. Por um tempo, a névoa tomou conta do lugar e aguardamos pacientemente. Mais uma vez, para a nossa alegria, abriu-se uma janela de tempo favorável que nos permitiria fazer ótimos registros.
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Cume do Mãe D'Água com o Alcobaça ao fundo.
Fotografia : Alexandre Milhorance. |
A visão do cume era encantadora. Dava para ver grande parte da cidade e muitas outras montanhas. Alexandre estava atento e com os dedos coçando para apertar o click. Assim como eu, Pablo andava de um lado para o outro no cume, certamente aproveitando cada pedacinho daquele lugar. Numa dessas andanças, Alexandre fez uma foto nossa.
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Pablo e eu no cume. |
Alexandre estava se divertindo com a sua câmera e comentando sobre alguma coisa relacionada ao tempo. Notei que, apesar de não estar limpo, compensava com as cores e as nuvens.
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Alexandre num dos mirantes do cume. |
Bastante satisfeitos, reunimos as nossas coisas, e decidimos que era hora de ir embora. A volta foi bem tranquila e saímos da trilha rapidamente. Pegamos o ônibus e desembarcamos no terminal. Conversamos sobre a trilha e o tempo, olhamos as fotos e nos despedimos depois de um belo dia numa das montanhas mais belas da cidade.
Uma das minhas preferidas.
ResponderExcluirÉ uma trilha muito bonita, Anderson!
ExcluirPretendo retornar em breve para aproveitar um pouco mais.
Adorei!!!!consegui imaginar tudo e cada detalhe!!.
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho,ficou ótimo.
Muito obrigado!
ResponderExcluirA intenção é levar vocês até lá através dos relatos.
Abraço!