domingo, 4 de novembro de 2018

Apresentação

Fotografia : Alexandre Milhorance

Meu nome é Mateus. Sou morador de Petrópolis,região serrana do estado do Rio de Janeiro . Durante a infância  gostava de jogar futebol, bater pique-esconde,fliperama entre tantas outras brincadeiras tão legais. No tempo da escola eu só queria saber de chegar em casa, deixar a mochila no quarto e ir para a rua. Voltava somente pela noite, com os gritos de minha vó. Hoje sinto muitas saudades dessa época e ás vezes, quando encontramos alguns colegas de classe, conversamos e soltamos gargalhadas ao relembrar de certos momentos.

Como comecei nas trilhas:

     No inverno, em Julho de 2013 estava sentado na varanda, num banquinho de madeira onde tenho o costume de ficar durante a tarde. Estávamos no mês de Julho. Devidamente agasalhado para diminuir a sensação do frio intenso que fazia, escutava música e tomava um café adocicado e quente que minha mãe acabara de fazer. A hora já estava avançada e faltava muito pouco para o sol se pôr. Enquanto observava a bonita visão que tinha da varanda para algumas montanhas, percebi uma mudança repentina e mágica. O verde das matas e as rochas receberam um tom alaranjado, misturando as cores com uma bela harmonia. Fiquei focado, aproveitando ao máximo aquele momento. Quando fui perceber, meu café tinha esfriado. Sentado no banco, fiquei imaginando como seria acompanhar o entardecer do alto de uma montanha. Os meses se passaram e eu não tirava aquele momento da cabeça.

   Depois de um tempo, comecei a me informar sobre o montanhismo. Por incrível que pareça, não consegui bons resultados. Não conhecia ninguém que fizesse caminhadas  ou algo do tipo. Também tinha muito receio de começar sem saber de nada, sem ter equipamento ou pessoas com a devida experiência com a prática dessas atividades.

Um ano e meio depois, alguns amigos me convidaram para fazer uma caminhada na montanha. E a montanha que iríamos visitar podia ser vista facilmente da minha varanda. Eu não sabia nem o nome-Seio de Vênus -, mas sempre parava na varanda para observar e admirar. O dia então chegou, era 22 de Fevereiro de 2015. Ás 06h00 da manhã lá estava eu e os meus amigos para realizar a trilha. O clima era ótimo. Fui para a trilha somente com um short, uma camisa comum e um All-Star. Não levei mochila, água, lanche... Na verdade, não levei nada, somente o desejo de ir até lá para saber como era a sensação. Começamos a trilha e eu fui a frente, disparado. Subia com muita facilidade e com rapidez. Cheguei na metade da trilha e esperei o restante do grupo . Novamente voltamos com tudo e chegamos no cume da montanha. Me senti realizado ao ver o lindo visual que se tinha de lá. Mesmo cansado e com alguns arranhões, explorei o cume para ver todos os ângulos que o lugar oferecia. Avistava as pequenas casinhas lá embaixo e me sentia o dono do mundo. Aproveitei bastante, tomei água e lanchei. A volta foi rápida, com o vento suave no rosto, o céu limpo e claro, no calor do verão. Cheguei em casa renovado e muito feliz. Essa experiência foi tão boa que eu fui fisgado para a atividade de forma instantânea.

Registro dos livros antes de começar a leitura
  Tempos depois, conheci o Meu Castelo, que é carinhosamente conhecido por muitos como "Castelinho". Uma trilha de fácil acesso e com um visual muito bonito. Repetia as duas trilhas que conheci sempre que podia. Comecei a conhecer algumas pessoas e também passei a pesquisar um pouco mais sobre a atividade. Geralmente usava o que tinha : um All-Star surrado, mochila de escola, garrafa PET e o celular para fazer meus registros. Com tantas repetições de trilha, estava decidido a conhecer muitas outras. Observava sempre belos e imponentes picos da região, já imaginando como seria o caminho, a vista e tudo mais.  Porém, faltava obter mais informações para conseguir conhecer novas montanhas. E isso acabou acontecendo de uma forma inesperada, depois de uma conversa com um amigo ainda virtual, Fabio Fliess. Ele me aconselhou a comprar o clássico livro chamado " Guia de Trilhas de Petrópolis", autoria de Waldyr Neto. Agradecido, não perdi tempo e adicionei o autor no Facebook e me informei sobre o livro. Além do ''Guia de Trilhas de Petrópolis'', acabei comprando outro livro do mesmo autor, o "Pé na Trilha, de Bem com a Vida". Os livros chegaram e não perdi tempo.

Bastante determinado a conhecer, iniciei a maratona de leitura do "Guia de Trilhas de Petrópolis" para ficar por dentro das caminhadas. Em seguida, peguei dicas do ''Pé na Trilha, de Bem com a Vida'' e comecei a agir. Comprei uma mochila cargueira de 70 litros, uma barraca bem simples, fogareiro,saco de dormir, lanternas e outros equipamentos para fazer um roteiro que me chamou bastante atenção : Travessia Cobiçado - Ventania. Com tudo planejado e com o básico em mãos, convidei um amigo, Marcelo Carvalho e ele topou. O ano era 2016, e nos dias 06 e 07-Sábado e Domingo-, de Agosto, realizamos essa bela trilha. Fiquei encantado e super motivado com o livro, que me encheu de conhecimento e me traria muitas experiências fantásticas.

Barracas montadas para agitar o café antes do pôr do sol


Ao final desta trilha, tomei muito gosto pelas caminhadas e por acampamentos. Embalei na atividade e em dois finais de semanas consegui conhecer oito trilhas diferentes. Além das trilhas, conheci muitas pessoas que compartilhavam o mesmo sentimento de estar nas montanhas. Por conta do livro, conheci trilhas bem famosas da cidade: Alcobaça, Pedra do Retiro, Pedra do Cortiço, Morro da Mensagem, Morro do Açu, Pedra do Cone, Mãe D'água, Palmares, Morro Careca, Tapera do Morín,Taquaril e tantas outras. Por conta dessas trilhas, criei afinidade para escrever e para me arriscar nos registros.

Gostaria também de deixar aqui o meu agradecimento para os que me acompanharam nesta jornada curta até o momento, mas bem satisfatória. 

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